domingo, 21 de junho de 2009

Como as crianças começam a se comunicar?

Desenvolvimento de fala e linguagem das crianças

O desenvolvimento da linguagem (comunicação) das crianças inicia-se na fase intra-uterina. O feto através de manifestações corporais comunica-se com a mãe e com o mundo. A partir de quatro ou cinco meses o feto começa a ouvir e sentir os sons que vem do meio externo, se tranqüiliza com a voz da mãe e com alguns tipos de música. Principalmente nesta fase torna-se fundamental que os pais e irmãos falem com o feto, toquem a barriga da mãe, mantendo assim uma forma de comunicação. Muitas pessoas pensam que como o "bebê" ainda não está formado, ele não é capaz de compreender ou simplesmente sentir e assimilar tais informações, mas isso não é verdade, o feto já sente e começa a armazenar todo tipo de estímulo a ele oferecido.Já no primeiro mês de vida, a criança associa a voz humana à situações agradáveis como, alimentação vestuário e banho, possibilitando que ela desenvolva a capacidade de estar atenta aos sons.
A estimulação realizada pelos pais e familiares é muito importante, pois, a linguagem do bebê forma-se a partir da interação social. Neste sentido, a linguagem possui uma dinâmica, que implica a participação do outro, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo infantil. A linguagem é por um lado, um meio de interação, de relação e de construção do conhecimento.

Os pré-requisitos para o desenvolvimento da fala e da linguagem são:
  • Maturação cognitiva
  • Maturação neuromotora
  • Habilidades auditivas
  • Saúde físico e emocional
  • Trato vocal intacto
  • Ambiente encorajador e estimulante.
Toda criança por volta dos quatro ou cinco meses começa a balbuciar, ou seja, produz sons sem significado concreto, porém esses "barulhos" passam a ter significado quando nós damos tais significados, por exemplo: a criança fala: "ma ma ma, a mãe animada com a produção da criança repete dizendo: "Isso meu filho é a mamãe!”,“Vem com a mamãe!”,“Aqui a mamãe” e isso se repete várias vezes durante o dia, desta forma a criança começa a assimilar que o "ma ma ma” tem um significado e acaba produzindo mamãe sempre que necessário. Assim, ocorre em outras situações, com isso a criança as poucos vai descobrindo as possibilidades motoras, articulatórias e desenvolvendo assim o feedback auditivo, aproximando-se do padrão adulto.

Por volta do segundo ano de vida a criança já está conseguindo se comunicar bem através da fala, apesar de estar falando muitas palavras erradas é capaz de criar frases simples, como por exemplo: "mamã dá aga" e outras frases do tipo. Essas trocas articulatórias são consideradas normais para a faixa etária. Desta época até os três anos a criança acumula um grande número de palavras no seu vocabulário e sendo que geralmente pode confundi-las no momento de usá-las, entretanto isso também é normal, elas ainda estão se acostumando com este mundo novo.

Etapas do desenvolvimento da fala


Adaptação de ABOONE E PLANTE (1994)



Um outro fator importante para um bom desenvolvimento da fala é a retirada dos hábitos orais, ou seja, eliminar o uso de chupeta, dedo, mamadeira e outros artifícios que as crianças possam usar na boca. A manutenção destes hábitos pode proporcionar problemas tanto na articulação quanto no desenvolvimento da linguagem, já que esses objetos causam alterações a nível orgânico/estrutural (como má oclusão dentária, respiração oral, flacidez de língua, lábios e bochechas, etc...). Por estes motivos recomendamos a retirada destes hábitos com no máximo dois anos, quando a dentição permanente já está quase toda completa.

Foto feita por Mary Mari
Enfim, se a criança não tem nenhum tipo de comprometimento, sua fala deve estar normalizada por volta dos cinco anos. Caso isso não aconteça sugerimos aos pais ou responsáveis que a levem até uma fonoaudióloga para que a mesma faça uma avaliação orientando os mesmos com conduta mais adequada.

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