quarta-feira, 24 de junho de 2009

24 de Junho - Dia Mundial do AVC

Hoje é comemorado o dia internacional do Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente chamado de derrame cerebral.

Para ajudar as pessoas que sofreram o AVC e seus familiares, vou escrever um pouco sobre essa doença.

Muitas artérias se ramificam no interior do cérebro para levar oxigênio e substâncias para o seu funcionamento adequado. Então o AVC poderá ser de dois tipos:

Acidente vascular isquêmico: consiste na oclusão de um ou mais vasos sangüíneos por ateromas, trombose ou embolia, que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro. Quando uma dessas artérias sofre oclusão, o território do cérebro que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio e muitas células, principalmente muitos neurônios morrem.

Acidente vascular hemorrágico: ocorre hemorragia (sangramento) no cérebro provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sangüíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue, traumatismos, provocando sofrimento no tecido cerebral.

Fatores de risco:

Não modificáveis: idade e genética.
Modificáveis: hipertensão (pressão alta), diabetes, dislipidemias (alterações dos níveis de colesterol e de triglicérides), tabagismo, vida sedentária, obesidade, ingestão de álcool, estresse e várias doenças cardíacas (problemas do ritmo cardíaco, das válvulas do coração ou infarto do miocárdio).

Dos fatores de risco a hipertensão é o principal, provocando alterações nas artérias. Na isquemia a longo prazo ocorre o processo de aterosclerose, ou seja, a deposição de gordura e cálcio na parede do vaso que vai endurecendo lentamente. Desse modo, as placas de aterosclerose vão estreitando a luz do vaso por onde o sangue corre até gerar uma trombose, isto é, o sangue coagula dentro do vaso e interrompe a circulação sangüínea. Portanto, a hipertensão arterial é fator de risco para a aterosclerose, que é fator de risco para o AVC isquêmico. No AVC hemorrágico, a hipertensão é responsável por deixar pequenos vasos do cérebro mais frágeis, estes podendo se romper, provocando sangramento e assim comprometendo o local em que isso ocorreu.

Manifestações Clínicas:

A sintomatologia depende da localização do processo isquêmico, do tamanho da área isquêmica, da natureza e funções da área atingida e da disponibilidade de um fluxo colateral (Sullivan, 1993).
Tratando-se de AVC, como a apresentação dos sintomas é muito variada, a dificuldade em reconhecê-los é maior e, portanto, maior é a demora para buscar atendimento num hospital, o que agrava o problema.

*Acidente vascular isquêmico:

·perda repentina da força muscular e/ou da visão

·alterações da fala

·tonturas

·formigamento em um dos lados do corpo

·alterações da memória

Algumas vezes, esses sintomas podem ser transitórios – ataque isquêmico transitório(AIT). Nem por isso deixam de exigir cuidados médicos imediatos.

*acidente vascular hemorrágico:

·dor de cabeça ·edema cerebral

·aumento da pressão intracraniana

·náuseas e vômitos

·déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo acidente vascular isquêmico.

Há um tipo de acidente vascular isquêmico, que chamamos de lacuna pois provoca uma lesão pequena dentro do cérebro, mais comumente visto em pessoas com fatores de risco como a hipertensão arterial, que pode ocorrer várias vezes sem a pessoa perceber, por não sentir nada, porque o quadro dura pouco tempo ou porque as alterações se normalizam depois de alguns dias. Entretanto, esses pequenos acidentes somados vão acometendo a memória, a forma de andar - os passos ficam mais curtos - e comprometem o equilíbrio. Além disso, o AVC lacunar múltiplo prejudica a deglutição – a pessoa engasga com muita freqüência – e provoca maior labilidade emocional (a pessoa fica mais emotiva). Essas alterações são sutis e vão aparecendo conforme esses pequenos infartos cerebrais ocorrem.

Tratamento:

O tratamento é emergencial. A pessoa deve ser encaminhada imediatamente para o hospital. Atualmente a postura do médico é mais ativa no sentido de preservar as funções do cérebro. A administração de trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos danos no caso de acidentes isquêmicos. A cirurgia pode estar indicada para a retirada de coágulos nos acidentes hemorrágicos ou para a retirada de embolos obstrutivos (endarterectomia) nos acidentes isquêmicos.

Mesmo que alterações tenham sido transitórias, a pessoa deverá ser levada para o atendimento a realização de exames.

Há estatísticas que mostram que acidentes vasculares isquêmicos transitórios podem ser prenúncio de um quadro definitivo que se instalaria dentro de 48 horas. Então, se a pessoa não der importância aos primeiros sintomas e marcar uma consulta médica para dias depois, estará correndo um risco enorme de que algo mais grave ocorra.

Após alta hospitalar, se houver necessidade, o paciente será encaminhado para atendimentos terapêuticos complementares:

  • fonoaudiologia
  • fisioterapia
  • terapia ocupacional
  • nutricionista
  • etc.

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